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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

CAÇA E PESCA: LIVROS CINEGÉTICOS PUBLICADOS NO BRASIL

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Aqui, uma relação do principais livros cinegéticos publicados no Brasil a partir do século 19. Esta lista é resultado de minhas pesquisas realizadas nas últimas décadas. Aos poucos, conforme for obtendo-as, irei disponibilizando as capas de cada livro relacionado:



- "Por Campos e matas - Caças, Caçadas e Caçadores", Bento Arruda, Cia. Gráfico-Editora Monteiro Lobato. São Paulo, 1925.

- “Caça Grossa Brasileira – Narrativas de Um Caçador”, Milton Lança, 1963.

- “Armas e técnicas de briga nas regiões rurais de São Paulo”, Frederico Lane, 1958.”

- “Armas e munições de caça.”, Cristiano Frederico Buys- Edit. Globo,1934.





- "A Caça no Brasil - Manuel do Caçador em Toda a América Tropical", Francisco Adolfo Varnhagen. Rio de janeiro, 1860.



 



- "A Caça no Brasil Central", Henrique Silva, Rio de Janeiro, 1898.

- "Caças e caçadas no Brasil", Henrique Silva. Rio de Janeiro, 1906.

- “Aves de Caça do Estado de São Paulo”, Emílio Varoli, 1971. Ed. Chácaras e Quintais.

- "Pelos Sertões do Brasil", Amilcar A. Botelho de Magalhães, São Paulo, 1941.

- "Tiro ao Vôo", Bernardo de Castro, Rio de Janeiro: Edição do autor, 1925.

- "Caças e Caçadas". Eurico Santos. Edit. F. Briguiet, Rio de janeiro, 1950.

- "Manual do caçador ou o Caçador brasileiro". Alberto Pinto de Carvalho. Prudentópolis, Paraná, 1924.

- "Manual do caçador em toda a América Tropical". Francisco Adolfo Varnhagem., 1860.

- "Caçadas e Pescarias". Antonio Pereira Coelho Filho.

- "Vamos pescar... e trazer peixe". Fausto Lex. Tipografia Irmãos Clemente. São Paulo, 1941.

- "Amanhã pode chover". Sobre caçadas, histórias, viagens. Durval Rosa Borges. Ed. troféu.

- "Preparar, apontar, fogo!". Sobre histórias de caça e pesca. Synésio Ascêncio, Ed. troféu.

- "Caçadas e caçadores" Augusto Duarte da Costa (Edições Marânus, Porto, 1940)

- "Aquele mar seco - o Pantanal". Rogério Camargo.

- "Viagens e caçadas no Mato Grosso". Heitor Pereira da Cunha, 1918, Rio de Janeiro.

- "Cartas Matogrossenses". Antonio Carlos Simoens da Silva, 1927, Rio de Janeiro.

- "A caça e a pesca no pantanal de Mato Grosso". Alvaro Aguirre,Rio de Janeiro, 1935.

- Ernesto Vinhaes. Feras do Pantanal. Aventuras de um repórter em Mato Grosso. Rio de Janeiro: Jornal a Noite, 1936. .

- “A caça nos sertões do Seridó, Oswaldo Lamartine de Faria, 1961

- “Inferno Verde”, Julian Duguid.

- "Nos sertões do rio Paraguai". Otto Willi Ulrich, 1937, São Paulo.

- Sacha Siemel. "Tigrero" Librería Editorial Argos, S. A. (Barcelona)

- “Sertões do Noroeste, 1850-1945” – Edgard Lage de Andrade. São Paulo, 1945, 355p.

- “Selvas de Mato Grosso e da Amazônia” Silvio Lima Figueiredo

- “Além de Mato Grosso” Ayres Camara Cunha

- “As Peripécias de um Ex-Poaieiro Mato Grosso” - Adolpho Jorge Da Cunha

- Selvas e o Pantanal Goias e Mato Grosso” - Diaulas Riedel, 1961

- “Aventuras Em Mato Grosso - Raymond Maurais

- “Viagens e Cacadas em Mato Grosso” - H. Pereira Da Cunha

- “Expedição Sertaneja Araguaia-Xingu” – Leolídio Caiado

- “Entre sertanejos e índios do Norte” – S. M. Audrin, livraria Agir Editora, 1947.

- “O apóstolo do Araguaia” – Frei Gil Vilanova – P. Estevão Maria Callais, Gráfica Revista dos Tribunais, 1942]

- “Impressões da Comissão Rondon”, de Amilcar Botelho, 1929.

- “Escola de Caça e Monteria Paulista”. Joaquim de Paula Souza, 1863.

- “Caçando e Pescando Por Todo o Brasil” - Francisco de Barros Jr.
  1. Primeira série - Brasil-Sul - 1945 (350 páginas)
  2. Segunda Série - Mato Grosso Goiás – 1947 (408 páginas)
  3. Terceira Série - Planalto Mineiro; o São Francisco; Bahia - 1949
  4. Quarta Série - Norte; Nordeste; Marajó; Grandes Lagos; o Madeira; o Mamoré - 1950 (319 páginas)
  5. Quinta Série - Purus e Acre - 1952 (273 páginas)
  6. Sexta Série - Araguaia e Tocantins - 1952 (245 páginas)

- "Vocabulário de caça". Clado Ribeiro de Lessa. Casa da Filosofia, RJ, 1944. Ler o livro


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sábado, 22 de agosto de 2009

DOIS VELHOS CASOS HUMORÍSTICOS: GENERAL ELETRIC E GENERAL MOTORS "EM PESSOA"!...

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Memória boa que tenho, achei interessante disponibilizar aqui duas humoradas histórias muito parecidas no enredo, mas distantes entre si cerca de quatro décadas. Há poucos meses, vindo a conhecer a história mais recente, é que fui me recordar da primeira, devido à sua relativa semelhança.

A primeira, li-a no início dos anos 80 num livro do emérito caçador e pescador a que muito admiro – o grande Francisco Barros Júnior (1883-1969). Ela faz parte de um dos seus incríveis livros da série “Caçando e Pescando por Todo o Brasil” – o da 3ª série, de 1949 –, um dos relatos das inúmeras viagens que ele fez pelo País na primeira metade do século XX, num tempo em que ainda não se falava em ecologia e as leis de proteção à fauna ainda engatinhavam.

Conhecido e afamado no país, ele praticava intensamente tais atividades. Apesar de suas viagens nada terem de expedições científicas, foi nelas que ele reuniu informações para publicação de seus livros, bem como deixou relatos que seriam de grande utilidade para o levantamento e catalogação de dados sobre a fauna brasileira.

Antes de irmos para as histórias, gostaria de dizer que Barros Jr., além de também ser jornalista e escritor, possuía também qualidades de botânico, zoólogo, geógrafo, geologista, historiador, automobilista, poeta e pensador”, o que tornava os seus livros de uma riqueza impressionante e de leitura agradabilíssima à quem gosta de narrativas da vida ao ar livre e história natural. Por isso mesmo, recomendo sua obra, pois constituem elas verdadeiras e fascinantes viagens por esse Brasil interiorano e diversificado, num tempo em que ainda não grassava essa destruição que vemos hoje. No entanto, temos de reconhecer que Barros Jr. foi não só um caçador e pescador voraz, como também matou animais desnecessariamente, como cobras, gaviões e jacarés, mas ainda que isto pese negativamente em seu currículo, os tempos eram outros e a prática da caça era comum entre a maioria dos brasileiros. Tanto o é que estas viagens tinham como objetivo divulgar e comercializar munições para armas de fogo. Assim sendo, temos de “dar um desconto” ao homem e procurar levar em conta o preciosismo de seus registros e observações que podem ser considerados como verdadeiros documentos das diversas áreas que citei anteriormente.

Em sua história, Barros Jr. fala de uma passagem engraçada ocorrida com ele quando passava pela capital da Bahia, numa ocasião em que tratava com um tenente do porto local. Em dado momento, estando com hemorragia nasal e precisando se retirar, pediu ao tenente que enviasse depois seu passaporte ao navio. Porém, antes de sair, colocou seu cartão de visitas sobre a mesa dele e foi perguntando rapidamente se havia livre trânsito pelo território baiano ou se ele ainda estava em estado de sítio (essa era a situação política na época). O tenente, ante tão enérgica atitude, pensou que o Barros Jr. fosse um outro senador, pois já havia se desentendido com um anteriormente. Agora, caro leitor, deixo ao Barros Jr. a narração do resto da história:

“Foi tão insólito o meu proceder, comparado com a respeitosa atitude dos outros, que por certo se julgou às voltas com outro iracundo senador. Olhou disfarçadamente para o cartão e com presteza se pôs em pé na posição de sen­tido, declarando que a providência era para con­trolar a fuga de criminosos ou membros do bando de Lampeão, mas que para pessoas, ‘no­tóriamente conhecidas’ como eu, era dispensa­da. Num relance compreendi o seu equívoco e apoiando-me à mesa, empalmei o abençoado cartão, para que mais tarde, verificando o seu engano, não mandasse buscar-me sob escolta...

Eu era a esse tempo inspetor da General Motors do Brasil, e esses nomes vinham da América já gravados em alto relevo, sendo aqui impresso o do ins­petor. Os tipos eram góticos e no rápido re­lancear da vista, apenas pôde ler General e, pos­sivelmente, Brasil. A esse tempo, o nome do ge­neral Assis Brasil andava no cartaz e os meus cabelos grisalhos, olhos azuis e tez corada o induziram ao erro.

Fui, portanto, conduzido até à porta com todas as manifestações de respeito, recebendo à despedida, antes de me apertar a mão que magnânimamente lhe estendi, uma impecável con­tinência acompanhada pelo sonoro bater dos tacões no mais correto figurino prussiano...

O que lhes posso garantir é que é bem agra­dável ser tratado como general, mesmo como General Motors do Brasil...”

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A segunda história é mais recente, e foi extraída do livro “Nosso Folclore” (1984), de José Carlos Rossato, colhida pelo informante Marcelo Luís Marques.

“Um político, ex-dirigente da Votuporan­guense, famoso por suas gafes, certa vez rece­beu um amigo francês que residia na Capital do Estado. Depois do jantar, o francês começou a lembrar de sua Pátria, citando nomes célebres, totalmente desconhecidos do anfitrião. Perce­beu que o votuporanguense não estava enten­dendo nada. Mas para mudar de assunto, repen­tinamente seria pior. Resolveu fazer uma per­gunta ao seu interlocutor, achando que este responderia:

– Lembra-se quem foi o general mais fa­moso do meu País?

Suando frio, o anfitrião ainda recebeu uma dica de sua esposa, que apontou a geladeira onde pousava uma miniatura do busto de Napoleão Bonaparte, presente do visitante. O nosso conterrâneo sorriu aliviado e respondeu:

– Claro que sei. Foi o grandioso, magnífi­co e corajoso... General Eletric!

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Como se vê, ao contrário do presidente Lula que já chegou a confundir, por duas vezes, a General Motors com a Mercedes, a confusão aqui é outra: cargos militares confundidos com empresas!... A despeito dos longos anos que separam ambas as histórias, há sim uma certa semelhança entre elas. A história do Barros Jr. – apesar de ele ser caçador e pescador...–, deve mesmo ser verídica, mas a outra tem um enredo meio duvidoso, e deixa entrever que parece haver uma certa analogia entre as duas, ou melhor, a segunda é recriação da primeira. Digo isto baseado no fato de que historias antigas e célebres sempre vão e vem e são alteradas através dos tempos, tornando-se às vezes histórias populares, como os “causos”, lembrando-se que os livros do Barros eram uma coqueluche na época, e sua história deve ter corrido esse Brasil afora, permanecendo na memória dos mais antigos.

Resta-me dizer que é muita sorte que a história do Barros Jr. não tenha ocorrido recentemente, pois hoje, com a pujante General Motors e o fantasma da falência no seu encalço, acho que se correria menos risco exibindo um cartão da General Eletric...


FONTES

Duas fontes. Consultar autor.

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