terça-feira, 19 de junho de 2012

PRECOCES DEMONSTRAÇÕES DE UMA GRANDE AMIZADE!



O meu grande amiguinho Yan Matheus, por volta dos 2 anos de vida ou pouco mais, tinha a agradável mania de me contar tudo o que ele via ou aprendia na escola Dentinho de Leite. Todo final de tarde era a mesma coisa: mal ele me via, vinha todo feliz me falar das novidades daquele dia. Eram esses um dos momentos mais agradáveis do dia, que era um verdadeiro prazer ouvi-lo nestas horas contando todo empolgado as novidades trazidas da escolinha!

Um certo dia, estando eu, como sempre, com minha máquina fotográfica - e fotografar o Yan era a minha grande alegria -, ele fez questão de me mostrar um gesto que aprendera naquela tarde: ele pegou minha mão e me fez abaixar à altura dele. Depois, como se fosse me contar a coisa mais legal do mundo, se ajoelhou sobre uma só perna, inclinou sua cabecinha para o lado e se deixou fotografar! E eu fiquei ali, intrigado, tentando decifrar o que significava para ele aquela pose e o que ele queria me passar. Era um gesto inocente, mas incomum numa criança de sua idade, e isto mexeu comigo a tal ponto, que eu tentei, de alguma maneira, saber como ele havia aprendido aquilo, quem lhe havia ensinado, ou se ele viu alguém ajoelhar-se daquele modo, gostou da pose e o imitou, mas, por mais eu que tentasse, ele nada conseguiu me dizer. Era compreensível, pois, com a idade que tinha, o Yan ainda não sabia se expressar com clareza.

 O ajoelhar-se, desnecessário dizer, é um gesto corriqueiro entre os religiosos no mundo inteiro, mas não creio que o Yan aprendera o gesto quando, talvez, lhe ensinaram a orar na escolinha, pois não é comum neste ato alguém se ajoelhar sobre uma só perna, mas sim com as duas. E a expressão de seu rostinho não era de um tom de súplica, de alguém que, contrito, pede algo em silêncio, mas atitude de discreta alegria. Além disso, ele não juntou as mãos em prece e inclinou a cabeça para baixo, mas o fez todo satisfeito, dizendo: "Veja, tio, que legal!"

Fiquei por anos à fio com essa imagem na cabeça, sem saber o que o meu amiguinho quis me passar com esse gesto aquele dia, mas, depois que vi na TV essa mesma pose feito por um ator, é que fui me dar conta daquilo o pequeno Yan talvez houvesse visto e imitado: era um gesto teatral, o típico gesto de reverência, comum nos filmes antigos, em que um cavaleiro se ajoelha diante de um súdito, retira seu chapéu colocando-o no peito, e o reverencia. Muito provavelmente, o Yan deve ter visto um vídeo ou uma encenação teatral na escolinha e achou interessante o gesto de agachar-se sobre uma só perna.


No começo deste ano, um jogador da NFL, a liga profissional de futebol americano, o quarterback Tim Tebow foi considerado a grande sensação da temporada por seu gesto de ajoelhar-se desse mesmo modo após cada jogo, embora o fizesse como se estivesse orando. O ato virou mania nos meios esportivos e, desde então, tem sido repetido em diferentes circunstâncias. E o ibope foi tanto que surgiu um blog no portal Tumblr, o Tebowing, que coleciona imagens feitas pelos internautas. Em menos de uma semana, após o gesto de Tim na quadra de esportes, o site tinha recebido mais de 120 mil vistas. Surpreendentemente, o "tebowing", como passou a ser chamado seu gesto, tem influenciado religiosos e ateus no mundo inteiro, e já foi um dos assuntos mais populares no twitter dos EUA na ocasião.

Quanto ao gesto do pequeno Yan, vou atravessar a existência com essa doce imagem gravada em meu coração, mesmo sem saber ao certo o que aquilo significou para ele e o que ele queria me passar. Para mim, mesmo sem saber do que se tratava realmente, o gesto significou muito, e eu já vou dizer o porquê. Obviamente, não era uma repetição do tebowing, embora o Yan saíra da escola aquele dia com uma satisfação igual à de um jogador que vencera uma grande partida; aliás, o tebowing aconteceu anos depois de o Yan me mostrar esse gesto. Tampouco, repito, se tratava do tradicional gesto religioso. Vale dizer que, hoje, embora há tempos eu não o veja, eu considero o Yan o meu melhor amigo, e desconfio que a recíproca é verdadeira. Nem quero comentar da imensa saudade que sinto dele, de sua companhia cativante. Enfim, como se diz, sonhar não custa nada, e, às vezes, eu me ponho a imaginar que se aquele dia o Yan, estando com seu bonezinho na cabeça (que ele aprendeu a usar comigo), que lindo seria ele me mostrando esse gesto secular, se ajoelhando diante de mim e levando o boné ao peito, reverenciando aquele que talvez seja o seu melhor amigo, e que tanto gostava de brincar com ele e fotografá-lo em todas as ocasiões!...
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terça-feira, 19 de julho de 2011

TOM JOBIM E A FÓRMULA DE SUA MÚSICA: MULHER + NATUREZA...

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Existiam duas coisas na vida do telúrico e inspirado mestre Tom Jobim que se tornaram os ingredientes principais de sua música: a natureza e a mulher brasileira.
As frases abaixo, foram compiladas por mim, extraídas de meu arquivo particular, com centenas matérias e reportagens que venho colecionando ao longo dos anos sobre o Tom. Nelas, podemos nos certificar do que mdigo, bem como notar o seu indefectível bom humor, além da grande falta que ele nos faz.
Em se falando de música, poucas inteligências e talentos criativos puderam ombrear à altura com ele neste país, terra ingrata em que alguns críticos insensatos o trataram de maneira injusta e impiedosa.
Para os que não sabem, Tom Jobim começou a gostar de natureza a partir de férias passadas nas cidades paulistas de Rio Claro e Guaratinguetá, e finalmente no Rio de Janeiro, mais especificamemente numa casa no Jardim Botânico. Sobre os recantos naturais que edificaram o sensível amante da natureza, ele lamentou: "Os lugares em que me inspirei estão sendo destruídos sistematicamente por essa raiva que o homem tem do planeta."
Aqui, suas frases e pensamentos:

"Quando uma árvore é cortada ela renasce em outro lugar. Quando eu morrer quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz."

“Eu tava no interior do Estado do Rio, lugar de mato, beira de rio... ‘mato’, maneira de dizer, porque mato no Brasil hoje tá difícil. Quase todo brasileiro tem uma caixa de fósforo, né... A gente devia ter licença pra porte de caixa de fósforo. Se parar de chover três dias, um fósforo pode matar muito mais que uma arma. Um tiro pode matar no máximo uma árvore. Sabe que tiro mata árvore também? Se pegar na medula, no cerne. Pergunta no interior que vão confirmar isso. Pois é, mas um fósforo pode matar uma floresta inteira.”

"Cada mulher que não tenho é uma música que eu faço."

"Te espero no chão macio da floresta, com amor, com carinho, com floresta e passarinho."

"Não vejo esperança nem para o bicho e nem para as plantas."

"Estou pensando muito em bicho, porque estou achando o homem uma bobagem, uma chatice."

"Toda a minha obra é inspirada na Mata Atlântica."

"Tenho falado de serra, mato e passarinho. Mas o brasileiro se interessa só por carro e apartamento."

"Sem mato, ar e bicho não há música."

"Outro dia fui no mato piar inhambu e o que saiu detrás da moita foi um Volkswagen."

"O paraíso terrestre fica no Brasil."

"E o amor pela natureza se confunde com o amor pela mulher."

"Digo que minha música vem da natureza, agora mais do que nunca. Amo as árvores, as pedras, os passarinhos. Acho medonho que a gente esteja contribuindo para destruir as coisas." (Gente de Sucesso. A vida de Tom Jobim. Editora Rio Cultura, 1982)



BIBLIOGRAFIA: consultar o autor
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quinta-feira, 14 de julho de 2011

TONICO RIGUIDÃO, O MAIS ESPERTO DOS TIPOS POPULARES DA ARARAS ANTIGA *

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“Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia, um pobre coitado, de pouca inteligência que vivia de pequenos bicos e esmolas.
Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 400 réis e outra menor, de 2.000 réis.
Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.
Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.
Eu sei - respondeu o tolo assim: – Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda.

A história acima é antiga, e não se sabe quem é seu autor. Porém, quem foi contemporâneo do tipo popular ararense conhecido como Tonico Riguidão, que vivera em meados do século passado, poderia ao lê-la pensar que se tratasse de mais uma das cômicas histórias que ele estrelara. 

Este curioso sujeito, assim como o Preto Salomé, também costumava carregar um porrete de madeira consigo, mas, ao contrário deste, usava-o como um instrumento musical - para ser mais preciso, como um violão!... Nisto, lembrava o tipo popular Adão Soares citado no livro História de Uberaba (1974) de José Mendonça, que possuía instrumento igual e de igual finalidade. Na ilustração, o Tonico Riguidão em pintura de Juca Quintaes, ano 1972.

Era comum vê-lo encostado num poste de uma esquina qualquer, com seu instrumento nas mãos do qual nunca se separava. E ali, entretido consigo mesmo, dedilhava maquinalmente as cordas imaginárias de seu rústico instrumento. O escritor Emílio Wolff, que teve a oportunidade de presenciá-lo numa destas horas, escreveu: “(...) na posição de viola, como quem afina: Dim, dliii, dliii, para depois fingir que toca e canta: Reguidão, dão, dão...”. Era um tipo louco, mas não louco à ponto de não saber o que fazia – o Tonico Riguidão era espertíssimo, como se verá.

 Era um tipo louco, mas não louco à ponto de não saber o que fazia — o Tonico Riguidão era espertíssimo, como se verá. Chapéu velho quebrado à esquerda, rosto vincado pelos anos, os olhos empapuçados, bigode e cavanhaque à moda caipira, lábios porém com inapagável expressão irônica, jamais era encontrado sem seu estimado “violão”. Sua voz estranha, deturpada pela vida incerta que levava, era coro dissonante em meio as famosos seresteiros que alegravam as ruas daquele tempo. Não precisava ser instado para cantar, pois cantava sem qualquer cerimônia – seja para afugentar alguma tristeza, seja para festejar a alegria em que se encontrava. Na verdade, tudo era motivo para cantorias para o Tonico Riguidão, e o dedilhar vago e abstrato de seu cajado era o que tudo o que lhe bastava para se realizar em seus anseios boêmios, ainda que cantarolasse sozinho.

Cardoso Silva, que também o conheceu, traçou umas rápidas linhas, destacando as proezas burlescas do esperto “malandro”:

“(..) era malandro. Nunca mais tive noticias dele. Tapeava meio mundo pra conseguir prato de comida e dinheiro pra cachaça. Era andarilho. Amanhecia em Leme e entardecia em Araras. Não era bem negro. Creio que de tanto sol que tomara, ficou vermelho. Um vermelho indígena. O apelido era uma delícia: ‘Tonico Riguidão’. Por quê? Tinha a mania de estender aos braços o cajado tosco, a imitar um violão, e, cantarolava, gesticulando com as mãos como se executasse o instrumento-alma do Brasil, a fazer: ‘Riguidão’, dão, dão... Riguidão, dão, dão!’ Tonico Riguidão’ tinha o delírio episódico das distâncias. Era uma espécie de embaixador de todas as caravanas possíveis. Como andava! Pra mim, há-de continuar andando por esse vasta mundo sem termo!”

Como numa versão humana da cigarra - a da parábola da cigarra e a formiga -, mas uma cigarra mais esperta, diziam que o homem não gostava de trabalhar, mas tão somente em levar vida de andarilho e cantar e dedilhar em seu tôsco instrumento, e era justamente nisto que residia a sua esperteza. No desenho ao lado, de autoria do Emílio Wolff, o Tonico com seu inseparável “violão”.

Já à primeira vista, lia-se na sua fisionomia o passaporte de andarilho, o selo de forasteiro que não para em lugar algum, os caçados surrados e a pele cozida de muitas insolações. Todos sabiam das suas condenáveis manias de enganar as pessoas, mas perdoavam-no uma vez que os meios que usava para conseguir o que queria sempre acabavam despertando o riso de todos. E assim vivia, seja pedindo um prato de comida aqui, seja implorando um trago de pinga ali, ou mesmo se oferecendo para um serviço braçal numa casa qualquer - era quando as pessoas começavam a desconfiar que ele estava prestes a aprontar alguma, afinal, o homem não era mesmo chegado num batente!... Não há registros de que freqüentasse ambientes baixos e era amigos de pagodes e serestas, mesmo porque não tocava instrumento algum. 

Além de dedilhar em seu porrete, gostava também de imitar trens fazendo manobras, manobras estas que passaram a ser sua marca registrada. Nestas horas, chamava deveras a atenção de quem quer que fosse ? paravam para ver; riam; apupavam; descriam; meneavam a cabeça em desaprovação... Entretido consigo mesmo, fazia todos os ruídos e papéis possíveis dos envolvidos com o cotidiano ferroviário: o chefe do trem, o foguista, o maquinista, o guarda freios etc. E lá ia ele em seu particular espetáculo: corria, diminuía a marcha, avançava um pouco, aumentava o ritmo, armava os braços e antebraços em cotovelo angulado, e movia-os girando para frente e para trás como as alavancas que impulsionam as rodas das locomotivas. Ao mesmo tempo, toda aquela “sonoplastia” de alguém que só pode ter ficado observando e mentalizando por horas a fio as manobras dos trens...  E a boca imitando os sons correspondentes de partida, o apito do chefe do trem, o resfolegar, o chiar entre lábios das descargas de vapor; freava... tchi-tchi, tchi-tchiii..., e em seguida crack da batida dos vagões engatados por ocasião da frenagem... E o show devia continuar... o ato de jogar a lenha na fornalha; puxava a corda do apito e novamente apitava, outra partida, tocava a máquina para a frente à toda brida, levantava o braço; mãos em punho puxava as alavancas... Tudo isto acompanhando os gestos e mais gestos e o escambau! Partia enfim, avançava e se ia, às vezes em ritmo frenético como um trem descendo serra; depois, a subida, o resfolegar lento... O ápice das manobras era quando o trem virava numa curva, uma surpresa... 

Contemporâneos seus ainda vivos (2013), mantém-se fiéis à tradição, não ocorrendo a menor discrepância entre seus relatos à respeito destas suas curiosas características. Os episódios que se narram sobre as coisas que aprontou não divergem absolutamente da personalidade que ele ostentava — armava peças dignas de um grande comediante. Por outro lado, algumas pessoas consultadas que o conheceram, e até viram cumprindo sua sina de desajustado, nada acrescentaram. 

Mas acontece que o Tonico se viu envolvido em diversos causos engraçados na cidade, e chegou mesmo a armar situações dignas de um grande comediante, e nunca será demais relembrar uma delas, história clássica, recolhida pelo Emilio Wolff, que, por sinal, nada fica a dever à história da introdução deste capítulo, a do idiota esperto e as moedas:

“Certa ocasião, passando em frente da casa do Juiz de Direito, viu descarregarem a lenha de um carroção.
Aproximou-se e disse ao Juiz:
– Dotô, qué que eu recolho a lenha?
– Pois não, respondeu o Juiz.
– Mais, Dotô, eu ainda não comi e estou com fome. Saco vazio não para em pé.
O Juiz mandou-o entrar e dar comida.
Tonico saiu para rua, viu o montão de lenha e foi logo dizendo:
– Seu Dotô... Saco vazio não pára em pé, mas saco cheio não dobra. Dotô, enquanto o estango fais digestão, vô mostrá como o trem fais manobra.
– Como? perguntou o Juiz.
– Olha Dotô. É assim. E imitou um apito prolongado, movimentou o braço como pistão de máquina a soltar vapor por todos os lados, andou para frente e para trás diversas vezes, imitou manobra. E depois disse: Olha, Dotô, agora ele vai virar na curva. Dobrou a esquina e até hoje não apareceu para recolher a lenha.”

À esta altura, fica claro que o fato de agir assim, ludibriando inocentemente as pessoas, era uma estratégia sabiamente utilizada para obter dividendos. Uma coisa é certa: o Tonico Riguidão podia ser louco, mas de esperteza, ah, disso ele não carecia não!...

Como sói à estes tipos, ninguém sabia seu nome de batismo, de que família era e de onde era natural. Também nada se escreveu sobre o destino que teve, assim como nada se revelou sobre o que empreendera nas terras remotas - quiçá do vício e da perdição -, por onde errara em seus enigmáticos sumiços. Sim, é provável que se perdera mesmo, devido a essa vida errante de que falara Cardoso Silva, e, assim, a esperta cigarra humana se fora “andando por esse vasto mundo sem termo”, partindo em seu trem particular... e sumindo para nunca mais voltar ...


* Capítulo de um livro meu em andamento, "Tipos populares de rua da Araras antiga", onde disseco 36 tipos que viveram no século 20.

BIBLIOGRAFIA: 4 fontes. Consultar autor.

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domingo, 3 de julho de 2011

ABSURDOS SOBRE O MUNDO DO ROCK NA IMPRENSA BRASILEIRA

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Hoje, garimpado diretamente de meus alfarrábios e arquivos de matérias sobre o mundo do rock, vou postar aqui três preciosidades publicadas na imprensa brasileira, verdadeiros absurdos de gente que não sabia o que estava escrevendo.

Colunista do Notícias Populares mata o guitarrista Steve Vai!!!...


O colunista ouviu o galo cantar e não sabia onde: confundiu o Steve Vai com o Stevie Ray Vaughan!... Notar que a notícia é de 6/10/1990, e o Stevie faleceu em 27/08/1990, portanto, passados quase dois meses, e o sujeito ainda não sabia da verdade!... o "rock é bicho esperto", mas o colunista não...

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Judas Priest influenciou Black Sabbath e Led! ...


E não é que o sujeito conseguiu inverter o curso da História!!...

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"O guitarrista e roqueiro Led Zeppelin"...

Superinteressante esta notinha!... Aliás, é uma revista de "extremos"... Esta revista vai longe!...

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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

JORNAL HIT POP, DE MARÇO DE 1973 PARA BAIXAR!

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Mai uma edição do Jornal HIT POP, esta de março de 1973:





























Principais matérias:

- Jackson Five;
- Billy Paul em São Paulo;
- Alice Cooper chega em abril;
- Cat Stevens

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Secos & Molhados no Maracãnazinho;
- Mick Taylor no Rio de Janeiro;
- Maria Alcina: 2º LP;
- e muito mais!


LINK para baixar:

http://uploaddearquivos.com.br/download/Jornal-HIT-POP.-Maro-1974.pdf

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domingo, 28 de novembro de 2010

AS FANTÁSTICAS "FILMAGENS" DO CÉU ESTRELADO NA TÉCNICA DE VÍDEOS TIME-LAPSE

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Vídeos em TIME-LAPSE

Time-lapse é uma técnica na qual se fotografa uma mesma cena em determinados intervalos, criando uma ilusão no tempo. Depois as fotos são montadas sequencialmente quadro a quadro para dar a ilusão de um filme.

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Céu estrelado do lado Sul, em vídeo time-lapse feito num local próximo à Coonabarabr, Austrália, em março de 2008. A "mancha" negra ao centro da Via Láctea, é o chamado "Saco de Carvão", situado junto ao Cruzeiro-do-Sul.
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Criar vídeos em TIME-LAPSE
A técnica é simples, mas requer-se paciência. Para registrar as imagens você pode usar uma webcam com tripé e o programa Yet Another WebCAM Software, uma opção gratuita para gravar as fotos automaticamente. Pode-se usar também uma câmera digital ou programa para celular que faça registros sequênciais, que permitem fazer registros com maior qualidade artística.

O intervalo entre as fotos depende do tamanho do filme que você quer fazer. Pode-se fazer um vídeo, p. ex., com fotos em intervalos de 10 minutos entre cada quadro. Para registrar eventos mais rápidos, o intervalo de 1 segundo pode ser suficiente. Depois é só juntar tudo em um filme. O softwares a ser usado pode ser o da Adobe, Premiere CS 3. Alguns sites sugerem o uso do Quicktime Pro, mas até o Windows Movie Maker faz esse serviço. É só importar as fotos no programa e aumentar a velocidade de exibição.

Há câmeras fotográficas da Cannon, que têm um hack nelas que permite criar até scripts em BASIC para tirar fotos em determinados tempos. Outras Câmeras possuem modo Burst.

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Vídeo time-lapse feito na Austrália, mostrando a rotação do céu estrelado em torno do eixo celeste Sul. Notar à esquerda uma "mancha" clara, a Grande Nuvem de Magalhães. A "mancha" negra que desce do alto do lado direito do vídeo é o já citado "Saco de Carvão", situado junto ao Cruzeiro-do-Sul.
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Vídeo time-lapse mostrando o nascimento da Via Láctea sobre Gold Coast of Queen. Notar os relâmpagos junto ao horizonte direito
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Vídeo time-lapse mostrando céu estrelado sobre Fort Davis, Texas, usando uma lente olho-de-peixe 15mm.
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Vídeo time-lapse mostrando o céu estrelado em alta rotação. Acima da casa a aurora aparece por um curto período de tempo. A filmagem está em rotação acelerada, e as luzes que passam rápidas pelos céu são aviões, satélites e meteoritos. Alguns pontos luminosos imóveis no céu são manchas na lente ou reflexo em vidraça.
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Curioso vídeo-time-lapse mostrando a Via Láctea e a estrela Alpha Centauri. As fotos foram feitas com lente olho-de-peixe. As duas "manchas" brancas abaixo da Via Láctea são a Pequena e a Grande Nuvem de Magalhães.
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Belíssimo vídeo em técnica time-lapse, mostrando uma noite de verão e Lua Nova, com o nascimento da Via Láctea, feita com o telescópio de 1.8 metros do Observatório Spacewatch.
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Montagem com três vídeos em técnica time-lapse mostrando o céu noturno sobre a Namíbia, África meridional. No segundo vídeo, vê-se a constelação de Escorpião se elevando no céu. Sobre o horizonte oeste, vê-se o clarão difuso da Luz Zodiacal (aos 10 segundos). A terceira vista mostra a rotação aparente de céu em torno do Polo Sul celeste. Não há nenhuma estrela brilhante do polo no hemisfério do sul, mas se pode ver as Nuvens de Magalhães e galáxias vizinhas escondendo atrás das árvores. A constelação que passa acima do horizonte do lado direito é a Ursa Maior.
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Vídeo time-lapse mostrando o centro da Via Láctea, em fotos feitas no observatório A.S.I.G.N. A constelação que desce sobre a cúpula do observatório é a de Escorpião.
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Belíssimos vídeos time-lapse mostrando a Via Láctea, em fotos feitas com o telescópio do observatório Paranal, Chile. No segundo vídeo, vê-ses a Pequena e a Grande Nuvem de Magalhães à esquerda da cúpula do observatório.
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Vídeos em técnica time-lapse mostrando a passagem da Via Láctea.
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Via Láctea e Luz Zodiacal sobre os vulcões Parinacota and Pomerape, Cordilheira dos Andes, Lauca National Park, na fronteira entre Bolívia e Chile.
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Vídeo na técnica time-lapse feito no observatório chileno de Paranal.
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Eclipse Total da Lua - 27 de outubro de 2004.
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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O HABITANTE DA “CIDADE DAS ÁRVORES” E OS CAPINZAIS QUE O INCOMODAM...

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“O que é uma erva daninha? Uma planta cujas
virtudes
ainda esperam para ser descobertas.”
 (Ralph Waldo Emerson, 1803-1882, 
crítico e poeta norte-americano)

Anos atrás, num exemplar do Tribuna no Bairro, suplemento do jornal Tribuna do Povo, estampado em sua última página vinha uma matéria que muito me incomodou, e incomodou tanto quanto um capinzal pode atazanar alguém em plena zona urbana. Ali, em letras caixa-alta e negrito, lia-se a fatal sentença: “MATO ALTO INCOMODA” – o invariável e recorrente protesto contra as “pragas” que infestam os nossos mal-amados quintais, terrenos baldios e lavouras!

O reclamante da chamada “Cidade das Árvores” protestava: “O acúmulo de mato e animais, além de anti-higiênico, atrai muitos ladrões que se escondem no terreno”.

É oportuno recordar: poucos anos depois da inauguração do Parque Ecológico em nossa cidade, um outro jornal ararense trazia a seguinte reclamação: de um conhecido colunista “Alguém pode me dizer quando aquele matagal, que atende pelo nome de Parque Ecológico, vai ser cortado. Tenho a impressão que passar por lá a pé, é risco na certa de um assalto, uma picada de aranha e uma mordida de cobra.”

Antes de mais nada, manda a conveniência que eu pergunte: desde quando capim é “anti-higiênico”? Esquece-se o cidadão que, muitas vezes, os verdadeiros responsáveis pelo aumento de ratos, aranhas, sapos, cobras, pernilongos, e outros animais são as próprias pessoas que ali depositam sacos de lixo, entulho e outros quejandos. E se estes mesmos animais “indesejáveis” também são encontrados em plena zona urbana, os responsáveis diretos por isso somos nós mesmos, e o mato nem sempre tem a ver com esse problema. Oras, é óbvio que as cobras surgem na cidade devido à proliferação de ratos; o mesmo se dá com os insetos, que quanto maior a quantidade de lixo entulhos e esgotos,a céu aberto ou não tratados, maior é o seu número. E aranhas, assim como os sapos, não surgem nestes lugares em busca das baratas? Madeiras abandonadas em terrenos baldios, p. ex., podem se tornar um verdadeiro foco de cupins, que, por sua vez, podem infestar um bairro inteiro!

Quanto aos exóticos caramujos africanos (Achantina fulica) – que comprovadamente podem causar danos à saúde como diarréia, desidratação, perfuração e infecção intestinal –, de onde você acha que eles surgiram? Nada mais nada menos de criadores que, abandonando sua criação devido à perda de interesse comercial, acharam por bem soltá-los na natureza, onde, encontrando ambiente propício, se transformaram numa verdadeira praga. Esta espécie de caramujo é um animal oportunista, que prefere o ambiente urbano às matas, já que na cidade encontra alimento mais fácil. As pessoas jogam lixo nos terrenos e em locais inadequados, que são justamente o lugar onde ele vai se refugiar e alimentar. Além disso, ele também se alimenta de fezes de cães e gatos. Esse animal, que se tornou um grande problema em muitas cidades, foi “importado” para ser utilizado como alimento na criação de aves domésticas, e, acredite, na culinária humana, substituindo o tradicional “escargot” por apresentar vantagens no tempo de crescimento individual e resistência às condições ambientais.

Voltando ao problema dos terrenos baldios e os bandidos que se ocultam no meio dos capinzais, pretende o reclamante que acreditemos que os grupos de assaltantes, semanalmente, fazem ali secretas reuniões, desmanchem carros, escondam armamentos ou façam pontos de venda de droga? Convenhamos!... Isso é reclama-se por reclamar, fato que, no fundo, não passa de ódio vegetal, dendroclastia mesmo! Será, então, que a saída será dar cabo de todos os capinzais urbanos?

Me perdoem os discriminadores das espécies vegetais menos carismáticas e sem valores atrativos, mas o problema não é o capinzal, que o capinzal em si é natureza também. Convém esclarecer que a mamona, p. ex., – popularíssima invasora dos terrenos baldios – já foi planta de jardim no século XIX! E quantas plantas ornamentais modernas já não foram mato um dia? Quantas plantas medicinais há nestes terrenos, que são relegadas à condição de plantas invasoras, daninhas, mato enfim!...

Imaginem se os nosso índios, cada vez mais aculturados, começarem a raciocinar como os urbanos – que tem visão unilateral e míope da natureza: em breve irão reclamar à FUNAI de “matos sujos” por capinar, de pragas de mosquitos, cobras, baratas, ratos e escorpiões, e eis a natureza brasileira em sério perigo! Valei-me, São João Gualberto!

Os quintais e terrenos baldios são áreas vitais, uma vez que servem como local de absorção de chuvas, e os nossos “higiênicos” quintais concretados e azulejados são um dos responsáveis pelas enchentes. Neles, as águas pluviais não têm como penetrar no solo, a não ser pelo ralo que vai levar a água até os ribeirões, que nem sempre podem conter esta mesma água que poderia ser absorvida pela terra caso os quintais e ruas fossem permeáveis. Também ignora-se que os mal-amados brejais são habitats imprescindíveis para inúmeras espécies vegetais e animais, e desempenham papéis importantes, como filtrar a poluição e servir como áreas de contenção de enchentes, e não são lugares insalubres, como se pensava desde o século XIX? – me refiro à chamada “teoria miasmática”: aquela que afirmava que as doenças provocadas por “miasmas” ou emanações malignas provenientes do solo, da água ou do ar “estagnados”.

E os responsáveis pelos mares de espuma da cidade de Pirapora (foto), não somos nós mesmos, com todas as substâncias poluidoras que, dentro de nossa própria casa, botamos ralo abaixo todo santo dia? Uma pequena lista desse descarte monstruoso que ocorre diariamente: óleo e vinagre, farinhas diversas, sal e açúcar, gordura e banha, temperos , restos de inúmeras bebidas; creme dental e de barbear, anti-séptico bucal, gel capilar, sabonete, xampu, filtro solar e outros cosméticos; detergente, sapólio, fragmentos de esponja de aço, amaciante, cera, água sanitária, desinfetante, alvejante, odorizante; resíduos industriais como graxa, solvente, gasolina, álcool, querosene, etc. O irônico é notar que boa parte destas substâncias são usadas devido à nossa insensata vaidade...

De quantas coisas como estas, em prol de nós mesmos, poderíamos abrir mão sem deixar de viver melhor, e, assim, praticaríamos o mais nobre do deveres que é manter a natureza limpa e “higiênica”. No caso de Pirapora, a grande ironia é que a espuma que torna nossa casa, roupas e objetos mais limpos é a mesma que depois causa aquela verdadeira desgraça flutuante no rio!...

E olha que sequer mencionamos a “poluição da moda”!... Na verdade, ela existe há muito tempo, mas só há poucos anos foi estudada sistematicamente. Me refiro à chamada poluição hormonal. Esta, é um tipo de contaminação da água que se dá através da urina., uma vez que anticoncepcionais e medicamentos de reposição hormonal são eliminados nas águas através da micção. (clique na imagem para ver a pesquisa) Os problemas no meio ambiente decorrente desses resíduos são muitos e preocupantes. Esse fenômeno é causado tanto por hormônios naturalmente excretados pelas mulheres, quanto por pílulas anticoncepcionais, e também pelos chamados xenostrógenos, que são hormônios presentes em compostos industriais que têm efeitos semelhantes ao estrógeno, causando por exemplos, a femeninilização de peixes machos (Ecotoxicology an Enviromental Safety, 9 agosto 2011). O fenômeno vem acontecendo com o lambari-do-rabo-vermelho (Astyanax fasciatus) na hidréletríca de Furnas, em Minas Gerais. Segundo a bióloga Mércia Barcellos da Costa, da Universidade Federal do Espírito Santo, “Todas elas têm ação estrogênica e mesmo quando não são hormônios reais, agem no corpo de forma parecida”. Ainda segundo a pesquisadora, um desses compostos, o tributilestanho (TBT), provoca mudança de sexo de algumas espécies de animais. Em humanos, suspeita-se que o contato com a água com excesso de hormônios esteja antecipando a menstruação das meninas e a diminuição de espermatozóides nos homens, além de câncer. Pesquisadores constataram que resíduos de colesterol, hormônios sexuais, produtos industriais e uma infinidade de substâncias microscópicas não são eliminados nos sistemas de tratamento das cidades brasileiras, porém, até o momento, isto não significa que a água seja imprópria para o consumo. Segundo todos os padrões internacionais de potabilidade, a água que chega às torneiras dos brasileiros é limpa e está pronta para beber. O problema é que, até hoje, a Organização Mundial de Saúde (OMS) não avaliou os riscos para a saúde desses resíduos. Quer entrar fundo neste assunto (e se assustar), lei a este artigo: http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/437/artigo126067-1.htm

Quanto ao reclamante do Parque Ecológico, eu pergunto: será que o s matos, as cobras e aranhas não podem viver em paz nem mesmo num parque ecológico?! Ao menos se ele reconhecesse que o nosso Parque Ecológico de ecológico pouco ou nada tem... Festa do peão em parque ecológicos!, lagos artificiais, vegetação exótica! Só em Araras mesmo...

É óbvio que nenhum dos que reclamam dos capinzais, notam que eles também se prestam como áreas sinantrópicas, ou seja, lugares de atração e fixação da fauna nas zonas urbanas. Quanto aos animais indesejáveis já citados anteriormente, eles vêm para cidade com ou sem a existência de matagais e terrenos baldios, e que o diga o pernilongo da Dengue. Na última casa onde morei, havia um quintal ao lado , com muito mato, e que não era nenhum esconderijo de ladrões, mas sim um verdadeiro refúgio de pássaros, como rolinhas, avoantes, asas-brancas, pardais, anus, tizius, bicos-de-lacre (foto), sabiás, coleirinhos, bigodinhos, tico-ticos, bem-te-vis, sanhaços, etc.

Além disso, hoje se sabe, p. ex., que o popular mato (Croton glandulosus, foto), esse que cresce espontaneamente em terrenos baldios, não é mais considerado erva daninha – mesmo em plantações, onde é combatido com roçadeiras, enxadas e herbicidas, ele têm a função de atrair insetos que predam pragas das lavouras. Eis enfim a profecia de Ralph Waldo Emerson se concretizando, centenas de anos depois!

Peter Tompkinns e Christopher Bird, em seu livro A Vida Secreta das Plantas, lançado em 1974, trazem o seguinte texto, versando sobre a importância das chamadas “ervas Daninhas”:

“A opinião de Soloukin sobre a simbiose das plantas valida a de um professor de botânica e conservacionista americano,o Dr. Joseph Cocannouer, que, enquanto Sir Albert Howard trabalhava na Índia, dirigiu o Departamento de Solos e Horticultura da Universidade das Filipinas por uma década e estabeleceu na província de Cavite uma grande estação experimental. Em seu livro O mato , um guardião do solo, publicado há quase 25 anos, Cocannouer sustenta a tese de que, longe de serem nocivas, as plantas normalmente assim consideradas e rotular das de ‘daninhas’, como a tasna ou tasneira, o quenopódio ou anserina, a beldroega e a urtiga, bombeiam minerais do subsolo, especialmente os que se tornaram escassos na camada superior, e são excelentes indicadores das condições da terra. Como vegetação associada, elas ajudam as plantas domésticas a aprofundar suas raízes até fontes nutrientes que, de outro modo, ficaram fora do seu alcance.”

O verdadeiro problema desta mentalidade retrógrada é que fomos, aos poucos, nos distanciando das raízes de nosso passado rural, aceitando inconscientemente o grau de demência que a sociedade “civilizada” nos impôs, desruralizando as cidades e ficando cada vez mais apartados e alienados da natureza. É simples constatar que estamos tomando o mesmo rumo que o Rio de Janeiro, onde, como disse o Millôr, a área verde do habitante é um vaso de samambaia... Ironias à parte, me vem à mente uma pergunta que não quer calar: por que a maioria dos homens, que bem poderia preservar seus quintais de terra e árvores, não se preocupam com isto e não pensam duas vezes em abrir mão da parte que lhes cabe? Até quando teremos de conviver com a febre do chamado “quintal lajotado”, do quintal com edículas entulhadas de coisas inúteis, do quintal com piscina e churrasqueira que, passada a febre da inauguração, caem no esquecimento?

E – tenham certeza –, é também por se raciocinar assim – como no século XIX, reconheça-se –, que se pôs abaixo o bosque onde se deu a Festa das Árvores em 1902, extinto em 1947, e o Horto Florestal da Fepasa, desapropriado e colocado baixo em 23 de julho de 1981. A propósito, é só dar um pulinho até a vizinha cidade de Rio Claro – que não é nenhuma “Cidade das Árvores” –, e notar, já da rodovia Wilson Finardi, que seu horto está ali, integro e salvaguardado para as gerações futuras, enquanto nós, na hipócrita “Terra dos Canaviais”...

Enfim, espero estar vivo um dia para ver surgir uma nova lei que venha a proteger os capinzais pelos mesmos motivos que expus acima: lugares de atração e fixação da fauna, de absorção de águas das chuvas, e até de lazer, mas, ah!, eu já prevejo o meu irritado leitor querendo me perguntar: – Mas, Wenilton, você é radical demais, rapaz! Não se pode aceitar um quintal ou praça com mato como um lugar desfrutável! E eu lhe responderei: – Não sou tão radical assim, meu caro – apenas um marxista, tendência Burle...
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